terça-feira, 29 de setembro de 2009

o triunfo da civilização

verde. esperava, em pé na calçada, quando vi aquele pitéu. ele não era estonteantemente bonito nem extremamente bem vestido, mas atraiu minha atenção na hora. deve ser os feromônios.
amarelo. ele não tinha aliança no anular da mão esquerda. nenhum anel, relógio, correntinha, nada. uma beleza. dei aquela conferida 360 graus (altura, porte, cabelo, tudo certo), enquanto tentava adivinhar o caminho que ele seguiria depois de atravessar a rua.
vermelho. eu fui pra um lado, ele pro outro, sem nem olhar pras bandas de cá. ainda olhei insistentemente, até o último momento. quem sabe ele sentia meu olhar perfurando sua nuca e se virava? então nossos olhares se cruzariam e... nadinha de nada, ele se foi e eu também. uma pena.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

manual para românticas incorrigíveis

pois é. li o tal manual, inteirinho, em uma livraria. peguei uma pilha de livros pra folhear, comecei por esse e não folheei mais nada, porque fiquei curiosa pra saber o que ia acontecer com a mocinha, no final das contas. bom, aconteceu o que eu já tinha previsto desde a página 11 (o livro tem 368) - e que obviamente não vou contar aqui, porque não sou corta-onda - mas eu simplesmente não consegui largar o livro.
dizem que sou racional e sensata, e talvez seja mesmo, mas, puxa, acho que eu também sou uma romântica incorrigível. outro dia, por exemplo, li um outro livro inteirinho na livraria e saí de lá arrasada, porque concluí que sou um fiasco nas artimanhas da conquista amorosa. os autores faziam afirmações categóricas do tipo faça isso, e ele estará no papo e eu ria e pensava ixi, não vai dar.
mas o manual das românticas incorrigíveis foi ótimo pra mim. é bom saber que a gente não está sozinha, ainda que seja na ficção. quando saí da livraria não tinha nenhum príncipe me esperando, mas encontrei um amigo, inesperadamente. conversa boa, um café, e percebi que não estou sozinha, nem na não-ficção. a vida é mesmo muito boa.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

a metamorfose (ou o processo)

meu avô tinha uma expressão sensacional para descrever pessoas com raciocínio tortuoso: "esse (ou essa) tem serpentina na cabeça". vovô se foi há muito tempo, mas sempre me lembro dele quando me vejo enredada em serpentinas - minhas ou alheias.
sonho com uma história de amor só de confetti (não é uma delícia?), mas as serpentinas vão aparecendo de mansinho, se enroscando, se enrolando, cor-de-rosa, verdinhas, e a coisa acaba dando nó. ou, tão triste quanto, vira um novelão. mexicano.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

tem sobrancelha sobrando?

o real madrid gastou uma nota preta para contratar cristiano ronaldo: 94 milhões de euros. nem vou comentar, já que não tenho a menor idéia do que faria com esse dinheiro caso ele me caísse nas mãos. também não entendo nem de futebol nem de cartolagem, para avaliar se é possível um jogador valer tudo isso. o que me dói é que o cara faz a sobrancelha. poxa, homem de sobrancelha depilada é de chorar! imagine se a moda pega? se a rapaziada, vendo como o cristiano ronaldo se deu bem, resolve aderir em massa a essa moda do mal?
teve gente que veio justificar: "veja bem, atleta depila mesmo, pra ficar mais aerodinâmico...". fico pensando em como sobrancelhas depiladas podem fazer com que alguém seja mais rápido em alguma coisa. e, nesses tempos em que todo mundo reclama de falta de tempo, talvez o melhor seja mesmo fazer as coisas mais devagar, com calma. quem sabe assim o relógio não se acalma também?