segunda-feira, 22 de junho de 2009
experimentando
acho que o melhor da vida é estar em movimento. um dia aqui, outro ali. experimentando. eu, que nem bebo, outro dia fui na casa de um amigo que aprecia vinhos. ele entende do riscado e, animadíssimo, abriu uma garrafa. meu primeiro impulso foi seguir o hábito: dizer "obrigada", dar um jeito de servir meio golinho bem pequeno na minha taça e enrolar com aquilo até a hora de ir embora. só pra não fazer desfeita. mas, contagiada pela animação dele ("puxa, faz tempo que estou querendo experimentar este aqui, acho que vai ficar ótimo com o nosso rango!"), aceitei a bebida que ele me oferecia. quando vi, estava eu lá sentindo o aroma do vinho, saboreando, e fazendo comentários do tipo: "olha só, tem um cheirinho meio de fumaça, outro que lembra framboesa ou alguma dessas frutinhas azedas. esse vinho é forte mas não tem quinas, é aveludado" e por aí afora. eu achava que isso era coisa de quem entende à beça do assunto, vive provando vinhos e mais vinhos e estuda muito. e, pra dizer a verdade, achava uma coisa assim meio esnobe. nesse dia percebi que não é nada disso. é uma disposição que se pode ter, como em tudo na vida. naquele momento eu estava descobrindo várias coisas novas: sobre aromas, sobre sabores e sobre convivência.
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A primeira vez que ouvi "vinho ligeiro" e fiquei imaginando o líquido saltando da taça e correndo um 100 metros rasos. Depois aprendi que a graça do vinho é beber. Devagar. Com taça decente (nada de copo de requeijão). E com gente legal por perto. Para mim é assim ou não vale à pena.
ResponderExcluirMas o mais legal do seu post não é o vinho. É o olhar. Tão legal conseguir renovar o olhar de vez em quando, não é? Escapar do olhar viciado que os outros - e, principalmente, a gente mesmo - põe na gente, não?
Você certamente fez a noite do teu amigo uma noite bem legal. Não é bom???
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