Ser uma moça só não é difícil. Aliás tem muitas vantagens até. Mas tem uma hora em que a gente quer variar e resolve se abrir para o maravilhoso mundo do "começar de novo".
Ok. A partir daí você resolve dar aquela procurada sem compromisso, checando de leve como tá a área. Primeiro vai no ideal, na periferia das relações pessoais, afinal, melhor alguém que venha com um mínimo de indicação. Amigo do amigo, um primo da amiga, o ex da outra que já casou de novo... e no início é bem divertido. Você se arruma pra ir à festinha e vai: cheirosa, bonita e cheia de amor pra dar . E...
Olha, sinto dizer: em 97,6 % dos casos você volta pra casa defumada, desarrumada e com todo aquele amor guardadinho na bolsa - segundo pesquisas do Instituto Di Dário Marconato.
Impressionante... nada que preste! Tá, não quero ser injusta: Homem bom até que tem, mas ou tá reservado ou é feio demais ou tá só querendo se "divertir" - relação séria, longa, duradoura, ixi, dá coceira. Cara, que saco! Depois de uns meses tentando, começa aquela canseira. A gente apela pra sair na noite. Nossa senhora... aí esquece. Os moços não sabem fazer nada - note bem: nada mesmo - antes de pelo menos 3 cervejas ou 1 dose de whisky - e isso é especialmente irritante quando você não bebe.
Olha,
como diz a minha amiga e companheira de blog, qui ixtrutura, viu?
Tá, quem sabe no trabalho? Não rola ninguém? Vixi, só se for fornecedor ou cliente... aqui só trabalha menina.
Bom, na escola de yoga, talvez? Puts, ashtanga? É duro viu! É cada um por si e os momentos de interação são tão curtos quanto raros. Não... melhor ter fé e voltar aos amigos e aos jantares de aniversário. Quem sabe uma hora rola.
Mas de repente, do nada, naquele passeio de domingo no parque com as crianças, bem no dia em que você foi desproduzida, descabelada e no modelito pijamão, aparece aquele parente distante, do sexo masculino, trazendo as suas crianças atachadas.
Daí chegamos ao meu tema da semana: o que fazer na hora em que aquele cara, esse aí mesmo, bacana, inteligente, bonito, divertido, culto, papo bom e ... compromissado até a tampa, literalmente chega junto?
Pensa bem? Pelo relato acima deu pra reparar que não tá muito fácil arrumar
ômi bão... será então que esse é o destino de uma mulher sozinha que quer de novo virar mulher acompanhada? Abocanhar da outra - que tá lá, sentada no pudim, no conforto do seu relacionamento de X anos - o companheiro amado?
Tô pensando na resposta e me lembro de um filme - bem ruim por sinal - que assisti há muito tempo atrás, K-Pax, onde ouvi uma frase que valeu o programa. A certa altura da trama o protagonista diz: "Todo e qualquer ser do universo sabe discernir certo de errado". Concordo que essa frase tem um quê moralista, piegas até, mas pra tentar esclarecer, cito outra, que ouvi há mais tempo ainda de um médico obstetra, dos poucos parteiros que ainda se dão ao trabalho de esperar um bebê nascer. Dizia ele: "Conceitos de certo e errado não são tão relativos quanto as pessoas gostam de pensar. Acho que é assim: certo é aquilo que te evolui como ser humano, errado, o contrário."
Uhm... tá ficando um post muito filosófico. Melhor relaxar um pouco...